INTRODUÇÃO
“A imuno-histoquímica surgiu com as pesquisas em imunopatologia que começaram na década de 1940. Só a partir de 1974, quando foi possível demonstrar alguns antígenos tissulares pela técnica de imunoperoxidase em tecidos fixados em formalina e incluídos em parafina, é que a imuno-histoquímica foi aceita como um método simples e prático na rotina diagnóstica de patologia cirúrgica. O desenvolvimento de anticorpos monoclonais, que propiciaram uma enorme fonte de reagentes altamente específicos para a demonstração de vários antígenos tissulares ou celulares, e o advento da recuperação antigênica foram fatos marcantes na evolução da imuno-histoquímica. Houve tal avanço na contribuição e na aplicação da imuno-histoquímica na patologia cirúrgica que o fenômeno passou a ser conhecido como a revolução marrom do laboratório de histopatologia.”
WERNER, B. et al. Uso prático da imuno-histoquímica em patologia cirúrgica • J Bras Patol Med Lab • v. 41 • n. 5 • p. 353-64 • outubro 2005
Nestes 80 anos a imuno-histoquímica se tornou parte da rotina de laboratórios de patologia, sendo uma ferramenta extremamente necessária e útil quando bem executada e interpretada.
Como consequência natural disso é necessário haver uma validação e controle do método, tanto para assegurar a comunidade do seu valor, quanto possibilitar a melhora contínua dos serviços que a realizam.
No ano de 2019, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) reconheceu, em seu planejamento estratégico, a necessidade de haver um mecanismo sobre isso e decidiu elaborar tal proposta.
A imuno-histoquímica tem aplicações em todas as áreas da patologia então foi decidido limitar o início da área de atuação do programa, e gradativamente irmos ampliando até abarcar todas as áreas. Seu início se dará com a avaliação dos receptores de estrógeno e progesterona bem como o status de expressão do HER2.
Estes foram escolhidos por serem imprescindíveis na decisão terapêutica dos Carcinomas mamários, uma das neoplasias mais prevalentes na humanidade.
REVISÃO TEÓRICA
Para se conseguir estruturar o modelo foi feito revisão de programas similares, bem como dos parâmetros de análise e interpretação dos receptores hormonais e do ERBB2/HER2.
- American Society of Clinical Oncology/College of American Pathologists Guideline Recommendations for Immunohistochemical Testing of Estrogen and Progesterone Receptors in Breast Cancer
- External quality assessment for immunohistochemistry: experiences from NordiQC April 2015 Biotechnic & Histochemistry 90(5):1-10
- Proficiency testing in immunohistochemistry - experiences from Nordic Immunohistochemical Quality Control (NordiQC) - Vyberg, M. & Nielsen, S. Virchows Arch (2016) 468: 19.
- Summary of ASCO/CAP ER and PgR Guideline Recommendations
- Human Epidermal Growth Factor Receptor 2 Testing in Breast Cancer: American Society of Clinical Oncology/College of American Pathologists Clinical Practice Guideline Focused Update